Orientou esta manhã o Pe. Rui Acácio Ribeiro que disse ter escolhido o tema da fé por ser ela a base da toda a prática religiosa e nada, a este nível, fazer sentido sem ela. E em duas reflexões, intercaladas entre momentos de oração comunitária, de oração individual, e do sacramento da reconciliação, foi-nos conduzindo para novos olhares, de fé.
O texto de (Mc. 8, 22-26), a cura do cego de Betsaida, serviu de base para os ensinamentos, propostas e interpelações que foi partilhando com os catequistas: a fé é uma forma nova de ver a vida; como alguém que é cego e passa a ver. Ela é sempre uma proposta de Deus mas Ele não age de forma direta, fala por acontecimentos, celebrações, leituras, mediadores…; estaremos nós atentos às formas como Deus nos fala e ao modo como somos, ou não, Seus mediadores? “Jesus tomou o cego pela mão”- a fé é um encontro pessoal com Deus que não se resume a doutrinas ou conhecimentos, é relação proximidade, intimidade pela oração, meditação… e expressa-se com gestos ritos, atitudes, celebra-se em comunidade pois é encarnação e comunhão. Tal como ao cego, a fé transforma o olhar do crente e há-de mostrar-lhe a verdade das coisas mas de forma gradual, progressiva. Cada pessoa vive-a consoante a sua idade e condição. Assim o catequista tem de estar atento de modo a respeitar os níveis da fé dos seus catequizandos.
A fé leva-nos sempre mais longe! Sob um olhar de fé tudo ganha um novo sentido. E o que pode ser desgraça aos olhos do mundo pode ser graça para quem interpreta com o sentir da fé. O olhar da fé vai no sentido da relação, do amor, da entrega nas mãos de Deus. E para quem olha a vida assim “não há destino sorte ou azar”, cada acontecimento faz parte do plano amoroso de Deus a nosso respeito, e é entendido na lógica desse amor. Aos olhos da fé, o trabalho não será um fardo ou apenas uma forma de ganhar dinheiro mas também uma via de realização pessoal, de colaboração com a Criação, caminho de santidade.
E apelando ao testemunho, disse que, neste mundo onde tudo é banalizado, o catequista tem de estar imbuído de uma verdadeira fé para mostrar aos seus catequizandos como se olha o mundo e a própria vida com olhos de fé. Para os levar a perceberem que para os cristãos o trabalho e a relação com os outros são caminho de crescimento e de humanização, assim como o divertimento o jogo ou qualquer outra atividade podem dignificar-nos e trazer felicidade.
Belmira de Sousa
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