A manhã do dia 29 de novembro foi o dia escolhido para a recoleção de Advento dos Catequistas da diocese. Foram cerca de 60 os que responderam ao convite e se reuniram na capela da Casa de Retiros de S. José, Seminário de Leiria. Orientou a reflexão sobre o tema acima enunciado, o Pe. Luís Morouço que começou por nos alertar sobre a facilidade com que entramos em questionamentos banais para falar de Deus, para chegar à Sua essência. Anda-se à roda, fica-se no periférico quando o importante é “ir ao coração de Deus”, centrar-se no essencial, no que Ele é. Mas para isso é preciso converter, redirecionar o olhar: voltar a olhar o mundo, o homem, o amor, como se fosse a primeira vez, “Pois o Verbo de Deus acampou entre nós”, como refere o cântico que nos pôs a cantar ao som da sua viola.
Seguidamente, partindo da narrativa do anúncio do primeiro Natal, em S. Lucas capítulo 1, direcionou o “nosso olhar” para as principais facetas/atitudes de vida dos personagens que compõem a História do Natal: Zacarias, Maria, José… Obedecem ao Anjo que anuncia desconcerta e tranquiliza, e ao Imperador que ordena e mobiliza. Seguem em frente sem questionar condições nem queixar-se das adversidades a que são expostos. A sua escuta atenta leva-os ao reconhecimento da presença de Deus e a deixarem-se envolver no Seu mistério. É este reconhecimento que determina o seu agir. Chegados a Belém não encontram o que procuram, mas aceitam o que encontram reagindo com bondade ao que lhes é dado.
“Obedecer é escutar atentamente”. Assim reagiram também os Pastores e os Magos: ao receberem o anúncio põem-se a caminho, “ convergem para Jesus” e abeirando-se do Menino descobrem n’Ele o mistério, o dom de Deus, pelo qual se deixam confrontar. Uma das facetas da vivência da fé, referiu o Pe. Morouço, é o permanente confronto da vida com o nascimento de Jesus, porque, pelo nascimento, “Deus confrontou-nos”. Este é o grande acontecimento da Bondade de Deus. A bondade de Deus que Jesus nos mostra em tudo o que disse e fez. No presépio de Belém, e nos nossos presépios de Natal, tudo converge para Jesus. Convergir para Jesus, que nos deixou as Bem-Aventuranças, é aceitar o confronto permanente da nossa vida com Ele. Isso levar-nos-á a sair da nossa zona de conforto e nos ensinará a reagir com humildade e bondade, com “bonomia” nas situações adversas ou inesperadas da vida, a exemplo de Maria e José.
Disse ainda que, ao convergir para Jesus estamos a ir ao encontro do mistério de Deus, que continuamos a não saber explicar, mas sabemos que nos dá vida e nos transforma para: caminharmos sem medo porque sabemos que Ele é o nosso Pastor; partilharmos a caminhada e a vida com os outros porque temos n’Ele um Pai comum; caminharmos na Esperança porque sabemos, pela Ressurreição de Jesus, que o mal não terá a última palavra… e quando, neste caminhar, a batalha parecer invencível, temos a oração, os sacramentos, o exemplo de Maria e a certeza de que, em Jesus, Ele caminha ao nosso lado, pois se fez um de nós.
Grande e belo programa para o Advento permanente da nossa vida até ao encontro definitivo com Ele. Obrigada Pe. Morouço.
Belmira de Sousa
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