«Ministério antigo é o de Catequista na Igreja», são as palavras iniciais da Carta Apostólica sob Motu Proprio, em latim «Antiquum Ministerium», que dão o nome a este documento pelo qual o Papa Francisco declara que em virtude da autoridade apostólica, institui o ministério laical de Catequista.
Reconhecendo que já nos escritos do Novo Testamento se podem encontrar os primeiros exemplos de catequistas, ou mestres, e que «desde os seus primórdios, a comunidade cristã conheceu uma forma difusa de ministerialidade, concretizada no serviço de homens e mulheres que, obedientes à ação do Espírito Santo, dedicaram a sua vida à edificação da Igreja», entre os quais «a presença concreta de batizados que exerceram o ministério de transmitir, de forma mais orgânica, permanente e associada com as várias circunstâncias da vida, o ensinamento dos apóstolos e dos evangelistas» (nº 2), o Papa Francisco apresenta resumidamente toda a obra de evangelização que foi exercida pelos catequistas ao longo da história da Igreja.
Olhando a realidade atual, e os desafios que ela lança à Igreja, reforça a importância do apostolado laical: homens e mulheres, chamados pelo Espírito, e enviados «para irem ao encontro de tantas pessoas que esperam conhecer a beleza, a bondade e a verdade da fé cristã». Na globalidade da tarefa evangelizadora da Igreja, o Catequista tem uma função peculiar, pois «é chamado, antes de mais nada, a exprimir a sua competência no serviço pastoral da transmissão da fé que se desenvolve nas suas diferentes etapas: desde o primeiro anúncio que introduz no querigma, passando pela instrução que torna conscientes da vida nova em Cristo e prepara de modo particular para os sacramentos da iniciação cristã, até à formação permanente que consente que cada batizado esteja sempre pronto «a dar a razão da sua esperança a todo aquele que lha peça» (cf. 1 Ped 3, 15). O Catequista é simultaneamente testemunha da fé, mestre e mistagogo, acompanhante e pedagogo que instrui em nome da Igreja. Uma identidade que só mediante a oração, o estudo e a participação direta na vida da comunidade é que se pode desenvolver com coerência e responsabilidade» (nº 6).
O Papa Francisco lembra ainda que «este ministério possui uma forte valência vocacional, que requer o devido discernimento por parte do Bispo e se evidencia com o Rito de instituição. De facto, é um serviço estável prestado à Igreja local de acordo com as exigências pastorais identificadas pelo Ordinário do lugar, mas desempenhado de maneira laical como exige a própria natureza do ministério. Convém que, ao ministério instituído de Catequista, sejam chamados homens e mulheres de fé profunda e maturidade humana, que tenham uma participação ativa na vida da comunidade cristã, sejam capazes de acolhimento, generosidade e vida de comunhão fraterna, recebam a devida formação bíblica, teológica, pastoral e pedagógica, para ser solícitos comunicadores da verdade da fé, e tenham já maturado uma prévia experiência de catequese. Requer-se que sejam colaboradores fiéis dos presbíteros e diáconos, disponíveis para exercer o ministério onde for necessário e animados por verdadeiro entusiasmo apostólico» (nº 8).
Assim, o Papa institui o ministério laical do Catequista (nº 8), dando indicações para que seja publicado o respetivo Rito de Instituição, e convida as Conferências Episcopais a estabelecer o itinerário formativo e os critérios normativos para o acesso ao mesmo e, assim, este ministério se torne uma realidade a nível local.
O documento «Antiquum Ministerium» pode ser lido na sua totalidade AQUI.
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