Serviço Diocesano da Catequese

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Quaresma, «tempo oportuno»

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Recomeçou este caminho de 40 dias de Quaresma. O projecto do percurso foi traçado, no evangelho que abriu este «tempo oportuno», em três palavras: esmola, oração e jejum. Como que a relembrar, mais uma vez, que o caminho para a Vida é feito de Morte, ou que a ressurreição tem também o cenário da cruz: quando há a capacidade de «morrer» para algumas coisas, aí surge a oportunidade de «viver» para outras. O evangelho da Quarta-feira de Cinzas lembra o essencial do nosso crescer em humanidade, na rede de relações que o torna possível:

Jejum – o que é senão um aprofundar uma relação com a essencialidade de nós próprios? Redescobrir quem somos, aquilo que nos é essencial, o que é supérfluo, o que está a mais e o que está a menos, o que podemos evitar e o que devemos buscar… às vezes custa deixar, mas é nesse despojamento que surge também a Vida…

Esmola – esse abrir do nosso próprio ser e ter para ir ao encontro do outro com quem partilhamos a vida… Para não ficar fechado em mim mesmo, mas disponível para encontrar no outro aquele que me diz quem sou. E assumir essa atitude de quem dá e de quem se dá para tornar (mais) possível o «mundo de sonho» que habita o nosso desejo. E pode não ser fácil dar(mo-nos), mas é aí que surge a Vida…

Oração – o encontro do nosso ser com o de Deus, onde se descobre o sentido de nós próprios, na totalidade do projecto de Deus, onde os nossos limites se abrem aos desejos de Deus, e os nossos desejos se encontram com os limites do divino… Às vezes custa esta abertura para Deus, e o sentir de algumas exigências que virão desse encontro… Mas é aí que está a fonte da Vida…

É bom saber como termina a Quaresma: dá mais força para assumir, com Esperança, a parte da Morte neste caminho para a Vida… E talvez daqui por 40 dias possamos sentir-nos um pouco mais nós mesmos…
«Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para vos tornardes notados por eles; de outro modo, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está no Céu. Quando, pois, deres esmola, não permitas que toquem trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: Já receberam a sua recompensa.
Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua direita, a fim de que a tua esmola permaneça em segredo; e teu Pai, que vê o oculto, há-de recompensar-te.
Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há-de recompensar-te.
E, quando jejuardes, não mostreis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto para que os outros vejam que eles jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que o teu jejum não seja conhecido dos homens, mas apenas do teu Pai que está presente no oculto; e o teu Pai, que vê no oculto, há-de recompensar-te.»

(Mateus 6,1-6.16-18)

2 comentários:

sonia disse...

Ama-l'O silenciosamente...

Joana Veigas disse...

Zé... Desculpa... Mas tenho de "roubar" este post para o meu blog...
Já vinha na folha paroquial e eu não consigo resistir... Tenho mesmo de o meter lá do outro lado... E sim... Coloco a fonte lá... ;)

Bijitos e continuação de um bom trabalho...